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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aprendi com meu pai...

No próximo domingo comemora-se o Dia dos Pais, então decidi usar esse espaço para homenagear o meu pai, que se foi há anos mas que continua ao meu lado nessa minha jornada.
Eu costumo dizer que meu pai foi uma pessoa que estava à frente do seu tempo. Democrata na essência da palavra, nunca foi repressor, controlador, autoritário. Ao contrário. Sereno e pacificador são adjetivos que o descreveriam bem. Com fala mansa e argumentos precisos, jamais me disse um ‘não’ puro e seco. Caso a resposta a qualquer pedido ou indagação fosse negativa, sempre havia uma explicação clara e objetiva. Assim, o que seria uma frustração se transformava em compreensão.
Mas, a primeira grande lição que aprendi com ele, ainda bem pequena, foi que confiança se conquista e, quando se perde, é para sempre. Que somos livres; mas que a liberdade carrega, como sombra, a responsabilidade. Que todos somos iguais e temos direitos; mas que o direito de um termina exatamente onde começa o direito do outro. E que a mentira ‘tem pernas curtas’ e jamais se sustenta frente à grandeza da verdade.
Meu pai foi o meu orientador. Em nossas conversas – sempre longas e prazerosas – ele contava sobre suas experiências, suas idéias, seus ideais e seu constante aprendizado por que há sempre e muito a aprender, a descobrir.
Meu pai nunca me disse – faça isso, faça assim, vá por aqui, aja dessa maneira. Em meus momentos de dúvidas, ele apenas ponderava; abria meus olhos para que eu conseguisse ver todos os lados da questão, para que eu analisasse os prós e contras e decidisse – sozinha – o que era melhor para mim. Nesses momentos ele me fazia entender que somente eu poderia escolher o meu caminho; porque o que é bom para um, pode não ser para outro.
Nessa lição eu aprendi que não há um caminho certo; um caminho totalmente seguro – aquele idealizado, amistoso; florido e ensolarado, sempre . Seja qual for a trilha que escolhemos ela sempre vai nos apresentar surpresas; umas agradáveis e gratificantes, outras perigosas e assustadoras. Estar preparado e saber agir com sabedoria, em qualquer situação, é a receita para seguir a sua jornada e chegar – seja lá onde for – inteiro, íntegro. Afinal, não se caminha sobre o prado o tempo inteiro. Há montanhas a escalar e penhascos a desafiar a sua coragem. Prepare-se, também, para escorregões sem muita importância, e tombos homéricos – ninguém está livre deles. Nesse caso, levante rapidamente e siga. Enfrente a dor das escoriações; elas não duram para sempre. Nunca perca a ternura e mantenha a doçura no coração. Foi assim que ele viveu.
Por fim, a grande lição que meu pai me ensinou foi que não há o que valha a pena, se o preço a pagar for abrir mão de seus valores, da sua integridade.
Quando ele se foi, eu me senti completamente perdida; sem chão, sem farol. Então descobri que eu ainda tinha asas e possuía olhos de lince. O que eu sou, em essência, é resultado de tudo o que meu pai me ensinou, desde muito cedo.

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