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domingo, 20 de dezembro de 2009

Um bicho de 7 cabeças...

Não adianta tentar fugir... ele está presente em tudo que é canto e ainda vai pegar você... Ás vezes aparece ostensivamente, em outras, passa desapercebido (é que você se acostumou com a sua aparência e nem se deu conta... mas ele está lá, pode crer!). Não tem saída, não adianta, é a ‘praga’ do nosso tempo...
É o bicho de 7 cabeças do século 21... O pior: ele não amedronta os mais novos; mas provoca terror, arrepios, calafrios nos mais velhos... Por isso, tenha sempre uma criança por perto para te ajudar a ‘domá-lo’; ah, quanto menos idade, melhor.
O ‘bicho’ em questão é a tal da Tecnologia... substantivo feminino mas aqui rotulada no masculino por que ‘bicha de 7 cabeças’ não ia pegar bem.
Como não pega bem, também, confessar abertamente nossa ignorância total no assunto... O melhor, nesse caso, é fazer cara de quem entende, mostrar muita naturalidade e mudar rapidinho o rumo da prosa, de preferência falar de coisas banais, como o tempo, por exemplo. Use essa tática para não ser taxado de ‘desatualizado(a)’, outra praga do século!
E sabe o que é pior? É que o tal do bicho, além das 7 cabeças, deve ter uma centena de pernas... já repararam como ele anda rápido? Nem bem a gente se acostuma com uma de suas facetas e já tem um montão de novidades pra atormentar a nossa cabeça... Praga moderna!
Se a gente aciona a tecla da memória e acessa o passado (recente, viu?) percebe que a vida era bem mais simples e fácil. Usávamos a tal da tecnologia com naturalidade, os aparelhos tinham os seus botões básicos, do tipo liga/desliga por exemplo, e a gente nem precisava saber como a coisa funcionava.
Quer um exemplo? A TV... Era simples... A gente escolhia o aparelho, comprava, levava pra casa e instalava no melhor lugar da sala. Aí conectava a antena, fazia os ajustes necessários até conseguir a imagem ideal e... pronto. Era só girar um botão e o aparelho exibia o seu programa preferido. Aí, quando queria mudar de canal, um total de 6 ou 7, era só deixar o conforto da poltrona e caminhar solenemente para girar o ‘outro’ botão que mudava de estação... Esses aparelhos tinham ainda umas rodinhas, tímidas e escondidas, que permitiam adequar o brilho, o contraste e a nitidez ao gosto do freguês... era melhor deixar elas do jeitinho que vieram de fábrica!... Foi o auge da fidelidade do espectador...
Foram anos nessa rotina... Desde as TVs que transmitiam em preto e branco até as que exibiam as imagens coloridas... Até que, de uma hora pra outra surgiu o controle remoto... A glória dos acomodados... A partir de então, o aparelho já ficava em stand by, ligava e desligava, fazia todos os ajustes através de meia dúzia de botõezinhos e, o que é pior, mudava de canal à distância... Um terror que começava a assombrar os dirigentes das TVs... Com o tal do controle o espectador tinha uma ‘arma’ na mão... O programa tá chato, tudo bem basta mudar de canal, sem sair do lugar... Surgia então uma palavrinha que eu, particularmente, detesto: zapear... Cá entre nós, existe coisa pior do que ficar em uma sala junto com alguém que confisca o controle e não para de mudar de canal?... Por isso, a necessidade de mais de um aparelho por residência. Essa providência é capaz, inclusive de evitar separações, vai por mim...
Mas, voltando à tecnologia televisiva... nos adaptamos ao controle e hoje não sabemos nem explicar como era a vida sem ele... Mas, como o ‘bicho’ anda... Logo chegou a TV a cabo... A maravilha das maravilhas... Dezenas de canais à disposição; liberdade de escolha, filmes, seriados, documentários, esportes, desenhos, notícias 24 horas por dia (tá certo que tem que passar por um bom filtro)... tudo ali, na palma da mão... Sim, porque agora tem, também, o controle do decodificador da TV à cabo que, nos primeiros dias a gente usa meio timidamente só pra ligar/desligar e ... zapear (se ainda não havia a possibilidade de separação, com o cabo é divórcio na certa!). A timidez inicial passa e com o tempo, mais ousados passamos a explorar os outros tantos ‘botõezinhos’ à disposição... Aí, felizes da vida, aproveitamos o intervalo pra acionar a grade de programação de outro canal, sem sair do que estamos vendo, descobrimos que temos acesso à informações sobre o filme que pode interessar, e por aí vai. Nos sentimos orgulhosos porque dominamos o controle, na marra... Manual explicativo não tem (ainda bem, né?)...
E a vida segue tranquila e sem sobressaltos, afinal já somos amigos de infância dos dois controles remotos (não esqueça que a TV tem o seu exclusivo). Até que... tchan tchan tchan... o ‘bicho’ dá as caras de novo e pinta o tal do ‘home theater’... Som double stereo com 6 caixas acústicas, conexão com aparelho de DVD, de vídeo, de som e, é claro, um controle remoto – imenso... Não, vocês não imaginam a quantidade de botões que essa coisa tem... Só de vídeo, são 3, outro para TV, mais um para DVD e por aí vai... Tentei o manual, me dei mal... E, como todos os aparelhos estão interligados... para o simples ato de ver TV é preciso usar 3 controles remotos: da TV, do decodificador e do home (esse ainda um assustador desconhecido para mim)... ainda bem que fica em stand by e ‘estacionado’ na função específica... E reza pra não apertar, sem querer um botão errado... Se não tiver um Diogo por perto – o filho mais novo da minha amiga Claudinha, pra te socorrer e solucionar o ‘problema’, esquece a TV e vá ouvir rádio... ele ainda tem apenas o liga/desliga e o sintonizador de estação...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A pior idade

Idade é um troço muito esquisito. E relativo... Quando a gente é criança, qualquer pessoa maior do que nós, é grande, não importa a idade. Que o digam as garotas e garotos que esticam de uma hora para outra e não se encaixam mais nas brincadeiras com velha turminha porque é grande; e nem no grupo dos mais velhos, que os consideram ‘criança demais’. Aí começam as frustrações em relação à tal da idade...
Na adolescência, quem tem 13 inventa que já ocupa a faixa dos 15; quem atingiu esse patamar, sonha com a independência dos 18... e quem chegou lá espera com ansiedade os 21... Daí pra frente a coisa pega!
Na faixa dos 20 começam a pintar as responsabilidades... De uma hora para outra, a gente tem que decidir o que vai fazer com o que se rotulava de ‘vida inteira pela frente’ e escolher o que você vai ser, já que cresceu. Não vale mais flutuar entre as mais diversas profissões no período de uma semana. Tem que optar, escolher, decidir... Aí, a gente escolhe, meio na sorte; salvo aqueles casos em que a pessoa nasce com um dom natural para seguir uma determinada profissão, caso muito comum com médicos. De resto, é sacar a matéria que mais detesta (para muitos, a pobre da matemática!!!) e descartar todas as profissões que fazem uso dela. Depois, descobrir as maiores afinidades e escolher o que mais se encaixa em seu perfil (ah!... essa palavrinha simples que até então significava apenas que você saiu de lado em uma foto, ganha significado assustador daqui pra frente). Simples assim!
E a gente escolhe... estuda, aprende, compreende, vislumbra um futuro brilhante e antes mesmo de se formar vai à luta em busca de um estágio e... cai em uma selva impiedosa chamada de ‘mercado de trabalho’.
No começo é tudo lindo. Então começamos a descobrir que, em boa parte das vezes, a teoria na prática é outra e que há gente de todo o tipo em qualquer lugar onde se vá trabalhar. Os amigos de fachada (aqueles que aparentemente estão te ajudando a se adaptar mas que, na verdade, estão mesmo é tentando puxar o seu tapete com um sorriso estampado no rosto – esse tipo é muito comum!), os sacanas assumidos (mais fáceis de lidar), os medíocres (que invejam a sua criatividade e só sossegam quando se vêm livres de você) e, é claro, os amigos de verdade que continuam na caderneta de telefones (ou lista de email) pro resto da vida, mesmo quando passam anos sem que a gente troque ao menos um alô.
No começo pode parecer um pouco assustador, mas com o tempo a gente se adapta e encara tudo isso com naturalidade; é parte do que chamamos de experiência profissional. E vamos acumulando essa tal experiência na esperança de que lá na frente ela seja de grande valia (é mais inteligente e prático tentar acumular dinheiro, vai por mim).
Na casa dos 30, a bagagem já é maior e há um pouco mais de respeito pelo seu trabalho, afinal você ‘sobreviveu’ à prova de fogo que é o início de carreira. Pode comemorar porque é uma década de realizações... Estamos ‘construindo’ o nosso futuro... Tudo caminha como o planejado. Experientes e respeitados entramos triunfantes nos 40. Aproveitem, e muito os próximos 10 anos... Faça o possível e o impossível (sem perder a integridade é claro) para conquistar uma estabilidade porque, ao romper a casa dos 50, profissionalmente, você pode entrar no verdadeiro ‘inferno astral’, ou seja, o período que eu chamo de ‘pior idade’...
Concordem ou não, os fatos falam por si. Até os 49 anos, 11 meses e 29 dias, somos rotulados de ‘experientes’; completamos 50, estamos velhos, ultrapassados, desatualizados... Se ficar algum tempinho fora do mercado, então, aí é que a coisa desanda mesmo...
Pra conseguir um emprego, só se tiver um Q.I. elevadíssimo; o famoso ‘quem indica’, e mesmo assim, olhe lá... Se tentar enviar currículo, entrar em ‘bancos de talentos’ pra conseguir ao menos uma oportunidade de entrevista, as chances são menores ainda... A tal da idade pesa na seleção... Omitir esse dado ou corrigir para menos o ano do nascimento é uma tentação... afinal, a gente sabe que se garante em uma entrevista... Quer dizer... se o entrevistador for do ramo. Por que hoje em dia é mais comum do que se imagina, a seleção de pessoal ser feita por alguém que não tem a menor idéia de como funciona o departamento onde você pretende trabalhar... Ah... e tem mais, se você não conhece os softwares mais modernos do mercado (mesmo que não tenha nada a ver com a sua profissão), se não fizer parte de todas as redes sociais e não tiver – no mínimo um blog (a razão de ser deste espaço aqui é uma tentativa), é descartado... Tem que, pelo menos saber que eles existem e para o que servem... é básico para quem procura uma recolocação. E mais, no caso de uma entrevista com aquele que será o seu chefe, torça para que o fulano(a) não seja mais novo do que você... Se for, pode dar adeus à vaga... ele(a) vai te dispensar, por mais qualificado que seja, por que tem medo de perder o posto para você (memo que você deixe claro que seu único interesse é trabalhar, quietinho, no seu cantinho solitário)...
Não tem jeito, você é cinqüentão e, mesmo que não aparente a idade real, não serve mais... Nem se aposentar não pode. Por mais que carregue nas costas 30 anos de trabalho, se quiser garantir um mínimo para a sobrevivência tem que esperar a idade avançar mais um pouco. Para a previdência, você ainda tem muito a oferecer ao mercado... Aposentadoria, só depois dos 60... Só esqueceram de avisar aos empregadores...
Não temos emprego, não temos aposentadoria. Somos velhos para o primeiro e moço para a segunda... E estamos a alguns anos de conquistar os poucos privilégios tardiamente concedidos à chamada ‘melhor idade’ (detesto o termo terceira idade, acho depreciativo)... ônibus de graça, assentos reservado (quando os mais jovens respeitam as indicações, claro), prioridade de atendimento (o que, necessariamente não significa filas mais rápidas; ao contrário, em alguns bancos a fila dos ‘idosos’ é sempre mais demorada)...
E então? É ou não é a pior idade?...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Coisa de Menina

O nome desse blog é uma homenagem a um amigo, o Flávio, com quem eu briguei feio um dia e me arrependi em todos os subsequentes até conseguir pedir desculpas. Acho que ele aceitou por que é uma pessoa muito melhor do que eu...
É dele a frase 'isso é coisa de menina!', dita uns cem números de vezes no período em que trabalhamos juntos na Eldorado FM. Na época, as 'meninas' dominavam a sala. Eu era produtora e editora, a Claudinha dividia com ele a programação musical da rádio, a Bia secretariava o departamento e a Patrícia coordenava todo mundo...
E, virava e mexia, ouvíamos o Flávio dizendo 'isso é coisa de menina'... para quase tudo... Não era reclamação, era diversão... E o 'bordão' ficou na minha cabeça...
Aí, quando decidi publicar esse blog, depois de inúmeras tentativas para achar um título interessante e divertido, lembrei da máxima do Flávio... e taí... espero que não haja problema de 'direito autoral'!